Mais do que prestação de serviços...

Uma parceria!

Preços de pacote básico de tarifas podem variar até 80% entre bancos

Instituições financeiras cobram diferentes valores para mesmas operações bancárias

Consumidores devem ficar atentos às tarifas cobradas pelos bancos por operações como saque, transferência e emissão de extrato — a variação de preços do pacote de serviços padronizados para conta-corrente pode chegar a até 80% entre os bancos. No quadro abaixo, compare os preços por instituição financeira.

Veja como comparar tarifas entre bancos


De acordo com o Star (Sistema de Divulgação de Tarifas de Sistemas Financeiros), da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o preço mínimo para operações consideradas padrão pelo Banco Central apurado foi de R$ 10 por mês, cobrado pela Caixa Econômica Federal. 
Já o maior valor foi de R$ 18, praticado pelo Citibank. Esses valores correspondem a um mesmo pacote de serviços para o correntista, definido pelo Banco Central como “Padronizado para Pessoa Física”. 


Nele, a movimentação é feita exclusivamente com cartão de crédito (não há cheques) e estão inclusos o cadastro inicial para tornar-se cliente do banco; oito saques por mês; quatro extratos mensais; dois extratos do mês anterior e quatro transferências entre contas na mesma instituição financeira.



O levantamento do R7 considerou os oito principais bancos de varejo do Brasil, sendo duas instituições públicas - Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – e seis privadas: Bradesco; Citibank; Itaú-Unibanco; HSBC; Safra e Santander. 



Dentre os bancos privados, o Itaú-Unibanco apresentou o pacote mais em conta: por R$ 10,50 por mês, o correntista tem direito aos serviços descritos acima. 



O valor cobrado pelo Banco do Brasil (R$ 13,50 mensais) foi superior ao exigido pelo  Itaú-Unibanco, onde o pacote equivalente sai por R$ 10,50 e, do Bradesco,  R$ 12,50 por mês. 



Os clientes do HSBC, por sua vez, têm a quantia R$ 13,50 abatida mensalmente de suas contas-corrente para terem direito às operações-padrão do Banco Central. No Santander, a cobrança é de R$ 14 mensais. 



O segundo pacote mais caro foi encontrado no banco Safra: R$ 17 para os saques e transferências. 



Os valores foram consultados no sistema Star nesta terça-feira (19) e representam os preços básicos cobrados por cada instituição financeira, ou seja, sem os eventuais descontos que podem oferecer aos respectivos clientes. 



Outro lado



Em nota, o Bradesco informa que a tabela de serviços do banco mostra os valores máximos e não os efetivamente praticados, que variam de acordo com os programas de fidelização e com o relacionamento com o cliente.



Responsável pela tarifa mais baixa, a Caixa Econômica Federal informou que a tarifa pretende propiciar maior acesso dos clientes aos produtos e serviços do banco. 



O Banco do Brasil informa que o pacote padronizado foi criado pelo Banco Central para que os clientes tivessem parâmetros para comparar as tarifas, mas o preço final de cada instituição financeira segue custos específicos e o Banco do Brasil tem infraestrutura de atendimento considerada "diferencial".



A reportagem do R7 procurou também o HSBC, o Itaú-Unibanco, o Santander, o Safra e o Citibank, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. 



Pacote gratuito



É possível ter uma conta no banco e não pagar por nenhum pacote. Por meio dos serviços essenciais gratuitos, garantidos pelo Banco Central, correntistas têm direito, todo mês, a um cartão de débito; quatro saques por mês; duas transferências de dinheiro entre contas no próprio banco; dois extratos com a movimentação dos últimos 30 dias; consultas pela internet e dez folhas de cheque. 



A lista detalhada de serviços está disponível no site www.febraban-star.org.br/servicosessenciais.asp e a gratuidade é estendida também a quem usa poupança. 



A diretora de Estudos e Pesquisas da Fundação Procon-SP, Valéria Garcia, faz um alerta para os clientes que contratam pacotes sem perceber. 



— A maioria das pessoas tem cesta de serviços na conta e sequer sabe que não é obrigada a pagar, já que há os serviços gratuitos.



 A especialista recomenda que o consumidor verifique os preços dos pacotes contratados há mais de um ano. 



— Vale a pena checar se a tarifa cobrada atualmente ainda é vantajosa para o consumidor.



De abril para maio, o custo do saque aumentou 11,88%, segundo levantamento feito pelo Banco Central com bancos privados e públicos. 



O cliente pode não ter percebido, mas os últimos meses sofreram impacto da alta das tarifas bancárias, que, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aumentaram 1,61% no acumulado dos últimos dois meses. A elevação das taxas foi maior que a inflação oficial, segundo o instituto.